A peça nasceu do encontro entre memória e luta.
A Revolução dos Cravos, celebrada nas ruas de Portugal há 50 anos, não foi apenas o fim de uma ditadura — foi também o início de uma respiração nova para os povos que viviam sob o peso do colonialismo.
Para mim, que trago raízes africanas, falar dessa revolução é evocar o instante em que as colônias portuguesas enxergaram a fenda na muralha da submissão. É lembrar que a liberdade não chega como brisa suave, mas como vento que rompe correntes.
Vejo nos cravos vermelhos que floresceram nas mãos do povo português o gesto que abriu caminho para que os cravos de ferro, aqueles que prendiam es-CRAVOS, fossem enfim arrancados. O vermelho das pétalas e o frio do metal se encontram nesta obra como metáforas de luta e libertação.
Título: ES-CRAVOS
Material: Cimento sobre base de granito, e ferro
Ano: 2024
Tamanho: