A terceira margem - Esculturas
De pau, pedra, ferro, argila e sonhos
Terceira Margem
Das margens, a melhor parte das duas, dos artistas que aqui nos presenteia com duas individuais maravilhosas, cheias de histórias e muita arte, margeando nosso encontro coletivo e escultórico do ateliê de experimentação escultórica.
Dizer “terceira margem” é tocar no impossível, no lugar que não existe e, no entanto, insiste em existir. É nesse entremeio, onde a lógica falha e a imaginação se abre, que nasce a ideia desta exposição.
As esculturas aqui reunidas buscam justamente essa fresta: um espaço além do dualismo, onde o que parecia contraditório encontra sua forma. No rio, a terceira margem é paradoxal; no triângulo, porém, ela se torna fundamento. É o lado que fecha o circuito, que cria equilíbrio e totalidade.
A terceira margem pode ser lida como metáfora do outro caminho — não o da oposição, mas o da síntese, do encontro, da transcendência. É o ponto onde tese e antítese se resolvem em uma nova possibilidade, onde matéria e espírito dialogam, onde a forma se abre para o invisível.
As obras desta mostra se oferecem como margens possíveis desse território: não fixas, não lineares, mas em constante tensão e movimento. Cada escultura é uma tentativa de dar corpo ao impensável, de habitar o espaço onde o impossível se torna forma.
“A Terceira Margem” é, assim, convite e travessia: entrar no espaço onde não há margem, mas sim um outro horizonte a ser inventado.